A Festa de São João, hoje conhecida como “a mais brasileira das festas”, não nasceu em solo nacional. Trazida ao Brasil pela corte portuguesa, a festa de São João, que na Península Ibérica tinha e ainda tem um caráter mais devocional, sofreu um processo de aclimatação, ganhou elementos simbólicos, que lhe deram um ar dramatúrgico. A quadrilha é um exemplo, o mesmo acontece com o casamento caipira, que reforça a ideia de regionalidade. Os folguedos, segundo alguns historiadores, servem para integrar a população, que, em vez de ocupar uma posição passiva, de espectadora, participa, fazendo a festa.
Na cultura popular brasileira, as festas juninas têm lugar especial, pois, além de valorizarem as tradições locais do país, também revelam muitos elementos históricos, religiosos e mitológicos curiosos, que passam despercebidos. Sua origem remonta às celebrações pagãs, anteriores ao cristianismo. A igreja cristã, no entanto, designa 24 de junho como o dia da festa em homenagem ao mártir cristão São João Batista e celebra a véspera de São João e o Nascimento de João Batista. Tais festas, como é sabido, seguem o calendário litúrgico da igreja católica.
De acordo com Elizabeth Christina de Andrade Lima, antropóloga da Universidade de Campina Grande – Paraíba, especialista em festas populares brasileiras, o São João teve início no Brasil como um evento privado. “Os senhores de engenho montavam a festa e convidavam amigos e agregados”, diz. As celebrações foram crescendo, de uma comemoração familiar passou a ser da comunidade, até se tornarem públicas. A festa inicialmente era muito forte no país inteiro, mas ao longo do tempo recuou nas demais regiões. “No Nordeste, ao contrário, se consolidou, ela se aliou a elementos que lhe deram suporte, por exemplo, o forró. Além de contribuir para a definição de uma identidade regional, passou a ser um produto musical concorrido a partir do sucesso de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês”, entre outros, explica.
Por todos esses senões e enfoques, antropológicos, sociais e culturais, os festejos juninos, assim se diz por ocorrem durante o mês de junho, assumiram definitivamente, desde o final dos anos 1980, com a redefinição da política nacional de turismo, mais descentralizada e com a ideia de potencializar recursos locais, se tornaram o principal foco de atração turística de muitas cidades nordestinas, como Campina Grande (PB), Caruru (PE) e a própria Aracaju (SE).
Diante deste cenário, destaca o presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe – AEASE, engenheiro agrônomo Fernando de Andrade, que a ideia é, definitivamente, dar uma nova dimensão ao nosso São João, e com esse intento, promovemos um concurso durante todo o mês de maio corrente junto aos seus associados, auscultando a opinião dos colegas sobre o nome a ser dado ao nosso festejo junino. Após esse momento participativo, com mais de cem nomes sugeridos, elegemos o nome FORRÓAGRO como sendo a nossa marca oficial, o nome do nosso São João a partir de agora, no sentido de melhor inseri-lo e consolidá-lo, paulatinamente, como um evento de peso, uma marca forte nos folguedos juninos da nossa Aracaju.
Neste contexto, a atual diretoria da AEASE, atenta a necessidade de dinamização dos valores, costumes e a cultura nordestina, considerando a grande identidade que a categoria agronômica tem com o meio rural, com as coisas ligadas ao campo, estará realizando no próximo dia 14 de junho de 2017, quarta-feira, véspera do dia santo nacional de Corpus Christi, a nossa festa de confraternização Junina, intitulada: FORRÓAGRO – O FORRÓ DOS ENGENHEIROS AGRÔNOMOS, esperando contar com a prestigiosa participação dos colegas engenheiros agrônomos, seus familiares e a sociedade em geral.
Finaliza Andrade, afirmando que o evento visa promover além de um maior congraçamento de toda a categoria agronômica, objetiva também dar uma maior visibilidade institucional a nossa AEASE e, sobretudo, promover uma maior integração da nossa entidade com a sociedade sergipana, pela via saudável, festiva e alegre do forró.
