Por mais que o café seja apreciado há séculos, foi somente dos anos 1930 em diante que seu consumo foi popularizado e o produto se tornou praticamente obrigatório nas despensas do mundo todo. Essa foi a primeira onda do café, sucedida pelo surgimento das grandes redes de cafeterias, a partir da década de 1960, que passaram a promover o café como lifestyle. Hoje, vive-se a terceira onda do café, que não apenas preza pelos grãos especiais e por uma degustação que une aroma e sabor, mas valoriza o produtor e o cultivo diferenciado.

 

O mercado está ligado nessa tendência, especialmente porque esse tipo de produto é o desejo do consumidor, já que 44% dos brasileiros estariam dispostos a pagar mais por um café de excelente qualidade, segundo pesquisa da Euromonitor International sobre o setor no país, divulgada no fim do ano passado.

O CEO e cofundador da The Coffee, Carlos Fertonani, comenta que, no início, a terceira onda era muito restrita a cafeterias independentes, com pegada mais artesanal. Agora, contudo, redes já têm se proposto a operar em larga escala, o que faz com que esses cafés de qualidade superior sejam acessíveis a um público maior. Esse é o caso da própria The Coffee, que recentemente recebeu, em sua terceira rodada de investimentos, aporte de US$ 7,5 milhões com foco na expansão internacional da marca e no aprimoramento da tecnologia utilizada em suas operações.

“Essa terceira onda é mais ‘purista’, indo contra a adição de industrializados nos cafés, de condimentos a aditivos, como conservantes, corantes, antioxidantes. A qualidade é o foco principal e sabemos que isso está atrelado à origem do grão. Foi por essa razão que a atenção aos produtores passou a ser maior e houve uma aproximação de toda a cadeia produtiva”, afirma Fertonani.

 

Além da boa procedência do grão, a torrefação é um ponto crucial para se ter uma bebida de qualidade, que atenda às expectativas daqueles que “surfam” na terceira onda, explica Fertonani. Isso porque o café precisa ser consumido em, no máximo, um mês depois de torrado, ou ele começa a ficar velho, o que, consequentemente, impacta negativamente o sabor e toda a experiência.

A The Coffee possui dois centros de torrefação: um em Curitiba, que distribui para as cafeterias nacionais do grupo, e outro em Lisboa (Portugal), voltado às unidades localizadas na Europa. Os grãos chegam aos centros ainda verdes, o que não prejudica uma eventual demora no transporte, após seleção minuciosa dos coffee hunters da rede, que viajam o Brasil inteiro em busca dos melhores produtos. Já a moagem é feita nas próprias lojas, pouco antes de servir.

“Nossos coffee hunters vão atrás dos melhores grãos e estão constantemente visitando fazendas, conhecendo produtores, pedindo amostras. É um processo muito sensorial. Em relação à torra, para cada grão traçamos um perfil, que vai refletir no sabor da bebida”, acrescenta o CEO da rede.

 

Experiência presencial – Com 200 cafeterias, entre lojas nacionais e internacionais – a rede também está presente na Colômbia, Espanha e Portugal e em breve vai abrir unidades no Peru e México –, a The Coffee ficou conhecida, primeiramente, pelas micro lojas, muito ancoradas no conceito to go. A marca, porém, foi além, e hoje conta com lojas de shopping e de rua, que visam a permanência do cliente, e quer seguir crescendo nessa direção.

“Para a gente, esse modelo de loja maior faz muito sentido, pois queremos proporcionar uma experiência bacana para o consumidor, especialmente pelo fato de que o design, minimalista mas ao mesmo tempo marcante, é um dos nossos pilares”, finaliza Fertonani.

 

 

Fonte: Agrolink

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