ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL

Kleber Santos, presidente da CONFAEAB, participou de reunião com a Associação Panamericana de Engenheiros Agrônomos, no dia 22 de maio

Na condição de vice-presidente do Cone Sul, Kleber Santos, presidente da CONFAEAB, participou de reunião da Associação Panamericana de Engenheiros Agrônomos (APIA), no dia 22 de maio. Além do Brasil, a agenda contou com a participação de representações da Argentina (presidência da APIA), Nicarágua (vice presidência Região Centro América), Bolívia (vice presidência Região Andina) e México (vice presidência América do Norte). Durante o encontro, os participantes apreciaram o relatório do
trabalho realizado de fevereiro a maio e analisaram a implementação do Plano de Gestão 2023-2024.
Kleber Santos aproveitou a oportunidade para informar sobre a realização do XXXIII Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), de 12 a 15 de setembro, na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. Ele destacou, ainda, a promoção dos painéis “Atuação Sindical e Associativa” e “Representação e Valorização Profissional”.
Por fim, o presidente da CONFAEAB reforçou o convite à Presidência da APIA para participar do CBA 2023.
Também foi pautada na reunião a entrevista concedida pelo presidente da Associação Panamericana, Octavio Pérez, da Argentina, a convite de Kleber Santos, ao canal brasileiro Arte Agora, para falar sobre os objetivos da APIA, os desafios profissionais diante dos desafios ambientais e insegurança alimentar (assista aqui).
Antes de concluir a reunião, o presidente da APIA escalou o presidente da CONFAEAB e outros vice-presidentes para buscarem o estreitamento de laços com entidades representativas dos Estados Unidos, visando o fortalecimento da articulação internacional.

AGROBRASÍLIA

CONFAEAB marca presença na maior feira de agronegócio do Centro-Oeste

Na última sexta-feira, 26 de maio, o presidente da CONFAEAB, Kleber Santos, se reuniu com o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Distrito Federal (AEADF), Antônio Barreto, e com o Conselheiro Federal do CONFEA, Luiz Antônio Lucchesi, durante a maior feira de agronegócio do Centro-Oeste, a AgroBrasília.
Também durante o evento, os representantes concederam entrevista ao vivo ao programa “Café com Agro”, com transmissão no YouTube. A conversa foi pautada pelos 90 anos da Agronomia do Brasil. “A CONFAEAB tem 97 anos e trabalhou muito para a regulamentação da profissão”, afirmou Kleber Santos, ao lembrar da estreita relação da Confederação com a história da categoria no país. Ele também aproveitou o espaço para divulgar o XXXIII Congresso Brasileiro de Agronomia, que acontece em
Pelotas, de 12 a 15 de setembro.
O programa é um projeto da AEA-DF, em parceria com o SEBRAE e outras instituições.
“Montamos o podcast Café com Agro, com dezenas de entrevistas e depoimentos sobre Agronomia. No dia 23, aniversário de 56 anos da AEA-DF, aconteceram vários debates relembrando a história do Agro no Distrito Federal. Fica a expectativa para 2024”, afirma Antonio Barreto.
Assista à íntegra da entrevista aqui.

INTERLOCUÇÃO

Presidente da CONFAEAB participa de reunião de instalação da Comissão Temática
de Assistência Técnica e Crédito Rural do CONFEA

Dando continuidade ao debate sobre principais temas de interesse da categoria Agronômica, que a CONFAEAB vem buscando ampliar, especialmente nos espaços decisórios, o presidente Kleber dos Santos participou nos dias 31 de maio e 1º de junho da reunião de instalação da Comissão Temática de Assistência Técnica e Crédito Rural do CONFEA, em Brasília. Na pauta do primeiro encontro dos membros, a definição da agenda de reuniões e o plano de trabalho de 2023.
O coordenador da Comissão, Conselheiro Federal, Daniel Galafassi, ressalta que a finalidade do grupo é “coletar dados e estudar temas específicos, objetivando subsidiar as comissões permanentes do CONFEA na discussão de temas relevantes que permeiam as profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea”.
No plano de trabalho deste ano está prevista a continuidade das tratativas para Acordos de Cooperação Técnica com os agentes financeiros que operam com o crédito rural e a realização de videoconferência com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Ministério da Pesca, a Embrapa e o Banco Central do Brasil, visando a apresentação do Plano Safra 2023/2024.
Também está programada a realização de workshop sobre captação de recursos junto ao mercado e modalidades de investimento agrícola, com a participação do profissional habilitado. “Um dos principais objetivos é a valorização profissional através da efetiva participação na elaboração do projeto e acompanhamento técnico, visando a utilização de técnicas agronômicas corretas, bem como a preservação ambiental para uma agricultura cada vez mais sustentável”, explica o Conselheiro Federal.

ARTIGO

A expansão da área irrigada empresarial no São Francisco, uma realidade

Por: Geraldo Eugenio, Professor Titular da UFRPE-UAST

Artigo originalmente publicado no Jornal do Sertão

O polo consolidado: Petrolina-Juazeiro

Sempre é bom lembrar que a história da agricultura irrigada no Vale do São Francisco teve início em Cabrobó com o cultivo da cebola. O que perdurou entre os anos cinquenta e início dos anos oitenta do século passado. Com o crescimento de Petrolina e os investimentos realizados ao seu redor, o município passou a ser o polo de desenvolvimento regional consagrando-se com a participação de Juazeiro como
uma das regiões agrícolas mais dinâmicas do país.
O crescimento foi se irradiando e, no que se refere a Pernambuco, as áreas irrigadas alcançaram Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista em particular, com as vinícolas a começar pela Vinícola Vale do São Francisco, na Fazenda Milano e seus vinhos Boticelli. Neste primeiro estágio, se destacou o investimento público através da Codevasf na estruturação dos perímetros irrigados. Teve um início lento. A grande
maioria dos colonos nem sempre tinham relação com a agricultura e muito menos com as práticas de irrigação e comércio, fundamentos básicos para o cultivo de frutas e hortaliças.
Saltando-se esta fase de ajuste inicial, mas que durou por quase vinte anos, a atividade se profissionalizou, atraiu investidores, aporte tecnológico e, atualmente, Petrolina-Juazeiro é uma referência no cultivo e mercado de frutas em todos os continentes.

A opção pela fruticultura irrigada e o mercado exterior

A calha do Rio São Francisco se estende por 2.830 km, mas durante longo tempo apenas a região que dirigiu o foco para frutas tropicais com apelo no mercado externo conseguiu ser bem-sucedida. Atualmente o binômio manga e uva para mesa e produção de vinho ou suco é a atividade econômica de maior destaque. Aquela que melhor distribui os ganhos, mais emprega e mais desenvolvimento trouxe à região. Inclusive o fato de haver atraído milhares de técnicos, pequenos empreendedores e especialistas em todas as áreas relacionadas à irrigação e ao mercado internacional.
Os resultados são incontestáveis e não é à toa que somando-se a população de Petrolina e Juazeiro, ultrapassa 700 mil habitantes com um produto interno bruto per capita entre os mais expressivos do país.

O vazio de Belém do São Francisco a Jatobá

A Codevasf passou a ser uma agência de desenvolvimento de caráter nacional, com atividades abrangendo do Vale do São Francisco ao Norte de Minas e seguindo ao norte por estados amazônicos, reduziu substancialmente seus investimentos em termos proporcionais no Vale e na agricultura irrigada. Durante algumas décadas, em Pernambuco, a área irrigada comercial se localizava entre Petrolina e Santa Maria da Boa Vista. Alguns empreendimentos surgiram além desse limite, a exemplo da Agrodan, em Belém do São Francisco, hoje a maior empresa exportadora de manga do país. Há vinte anos um outro empreendimento fez história por seu caráter empreendedor, a empresa Agrícola Famosa, que resolveu expandir sua base produtiva do Rio Grande do Norte e do Ceará, instalando uma unidade no município
de Ibimirim, em Pernambuco. Neste caso apostando no volume a na qualidade de água do aquífero da bacia do Jatobá.
Dois empreendimentos bem-sucedidos demonstrando que a ampliação da agricultura irrigada não deve estar diretamente relacionada à espera de investimentos públicos diretos ou instituições governamentais. O fato é que houve um despertar nesta última década e as áreas ribeirinhas passando por Tacaratu, Floresta, Petrolândia e Jatobá passaram a ser aproveitadas. Inicialmente no plantio familiar de melancia, o melão, cebola e posteriormente com instalações de áreas comerciais de coco e manga.

O Baixo São Francisco. Ainda mais desconhecido

O caso específico do baixo São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe, é mais emblemático. Apesar da proximidade de capitais como Recife, Maceió, Aracaju e Salvador e outras cidades de porte médio, a fruticultura irrigada não chegou a ser implementada em seu potencial e as regiões ribeirinhas continuaram sendo objeto de questões que, por incrível que possa parecer, frearam o desenvolvimento regional, à exceção de iniciativas isoladas como o polo turístico dos Cânions do São Francisco abrangendo os municípios de Piranhas e Canindé de São Francisco.

Investimentos privados estão chegando

Recentemente o mercado imobiliário entre Belém do São Francisco e Jatobá saiu da calmaria e passa a viver um momento de excitação. A demanda por terras cresceu, vários empresários locais e de outros estados estão se instalando na região. Com isto, o valor da terra cresceu de forma consistente nos últimos dois anos. A região que era conhecida como um buraco negro em que o cultivo de drogas repercutia dos municípios ribeirinhos ao Fórum Federal da cidade de São Paulo, onde a maioria dos
processados são provenientes do Nordeste, alagoanos ou pernambucanos.
A verdade é que se vive um momento de expansão acelerada que resultará na extensão da área comercial irrigada de Petrolina à foz do São Francisco, abrangendo os 400 quilômetros de rio São Francisco que margeiam Pernambuco e as terras irrigáveis de Alagoas e Sergipe.
Ao que parece este movimento ainda não foi detectado ou recebeu a atenção dos governos estaduais da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. É importante que despertem e apresentem políticas de apoio à iniciativa de modo que gargalos legais e de logística sejam resolvidos. Em vinte anos quem subir o São Francisco encontrará um conjunto de cidades prósperas ao longo do rio. À bem da verdade, Alagoas está
fazendo o dever de casa em duplicar a rodovia AL 220 entre Maceió e Delmiro Gouveia, passando por Arapiraca.
Pernambuco ainda não deu sinais de reação quanto ao movimento em curso, correndo o risco de que as empresas que se instalam entre Itacuruba e Jatobá optem em exportar seus produtos pelo Porto de Maceió, o que parecia uma heresia tal hipótese sendo colocada à discussão algum tempo atrás. Que todos entendam o potencial da região e que estejam preparados para interagir com este cenário e se

fazer presente.

Serra Talhada, 31 de maio de 2023

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