Durante o Ciclo de Palestras , pesquisadores discutiram questões relacionadas ao carbono do solo e aos gases do efeito estufa. O evento contou com a presença do Pesquisador João Pedro Flores, Engenheiro Agrônomo (UFSM) e Mestre em Ciência do Solo (UFRGS), Jonathas Johnson, Engenheiro Agrônomo (UFRGS), mestre em Ciência do Solo pelo PPGCS (UFRGS), Cinthya Vasconcelos, Engenheira Agrônoma (UEMA) e mestranda em Ciência do Solo (UFRGS), além do renomado Cimélio Bayer, pesquisador e professor do programa de pós-graduação em Ciência do Solo (UFRGS).

 

O foco das discussões concentrou-se no cultivo intensificado de hortaliças em Santa Catarina, que impactou significativamente a qualidade do solo. As principais causas apontadas foram o esgotamento da fertilidade do solo, a perda de estrutura e a erosão hídrica em áreas de declividade acentuada.

O Pesquisador Jonathas Johnson falou sobre o seu trabalho, que é voltado para o desenvolvimento de sistemas de plantio direto em hortaliças (SPDH). As pesquisas atuais destacam os benefícios ambientais, como a redução de insumos químicos e a diminuição da utilização de combustíveis fósseis. Jonathas enfatizou a importância do uso de plantas de cobertura, que não apenas protegem o solo fisicamente, mas também favorecem a adição de matéria orgânica.

 

Cimélio Bayer, renomado mundialmente no estudo do carbono no solo, apresentou dados essenciais sobre a adição de resíduos vegetais para garantir a qualidade do solo. Ele destacou a relevância da rotação de culturas com gramíneas e leguminosas, ressaltando sua capacidade de estabilizar o carbono no solo. Bayer também abordou a questão das emissões de gases do efeito estufa, salientando a necessidade de inventários regionais para determinar com precisão essas emissões. Ele revelou que as emissões de N2O derivado de fertilizantes nitrogenados na agricultura no sul do Brasil são dez vezes menores que o índice internacional estabelecido pelo IPCC.

Em uma nota crítica, Bayer alertou contra a ilusão de considerar os créditos de carbono como a terceira safra. Ele afirmou que os agricultores que investem em práticas de baixo carbono já estão colhendo benefícios em termos de produtividade e sustentabilidade a longo prazo. Além disso, Bayer propôs a criação de certificações de carbono para produtos de sistemas conservacionistas, acreditando que isso agregaria valor aos produtos.

A consultora agronômica do Portal Agrolink, Franquiéle Bonilha da Silva acompanhou o evento.

Fonte: Agrolink

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