Agronegócio brasileiro, representando quase um quarto do PIB, utiliza minimamente a Lei do Bem, destinando apenas 1,26% das empresas do setor a esse benefício fiscal. Em 2022, investiu R$ 414,16 milhões em inovação, uma quantia que poderia ser seis vezes maior. Especialistas apontam um potencial significativo não explorado nesse setor, destacando que a participação no incentivo fiscal poderia facilmente atingir dois dígitos, proporcionando vantagens econômicas e estimulando o crescimento do país. Fabrizio Gammino, da GT Group, ressalta a necessidade de desbloquear esse potencial via Lei do Bem para impulsionar o desenvolvimento econômico.
“Há um potencial reprimido enorme a destravar no Agro via Lei do Bem. Historicamente, a tônica do setor é ser irrelevante no incentivo, sendo que a participação poderia facilmente chegar à marca de dois dígitos e trazer vantagens econômicas e crescimento como um todo”, aponta.
Em 2022, a Lei do Bem, principal incentivo fiscal para PD&I no Brasil, registrou um recorde de R$ 27,19 bilhões em investimentos por empresas. Um total de 3.012 empresas solicitaram o benefício, incluindo 38 do agronegócio. O estudo da GT Group revela que, em média, os clientes investiram cerca de R$ 1 milhão em PD&I por CNPJ, representando 0,5% de sua receita líquida média. Esse valor é notavelmente inferior a setores como obras de infraestrutura (R$ 14,6 bilhões) e produtos farmoquímicos/farmacêuticos (R$ 13,5 bilhões). Rodrigo Moro, da GT Group, conduziu o estudo com base em dados históricos do MCTI, fornecendo insights de mercado.
“Aproximadamente 84% dos investimentos foram aplicados em horas de staff próprio dedicado à PD&I e os 16% restantes em empresas terceirizadas. O Score de Inovação médio do Agro é de 6,2 – dentro da escala de 0 a 13 – valor bem acima da média de 5,3 revelada pelo levantamento”, relaciona Moro.
Fonte: Agrolink