Conforme o recente relatório do Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, na região de Ijuí, foi registrada uma elevação na procura por lenha de eucalipto. Essa tendência é resultado direto da estagnação ou redução, nos últimos anos, da área de florestas cultivadas, em grande parte devido à competição com o cultivo de soja. Este último tem apresentado resultados econômicos imediatos e positivos, concorrendo diretamente pelo espaço destinado às florestas.
O aumento na demanda por lenha para uso energético é reflexo direto das necessidades das unidades de secagem de grãos e dos frigoríficos estabelecidos na região. Os valores atuais de mercado oscilam entre R$ 120,00 e R$ 150,00 por metro-estéreo. Essa variação de preço está relacionada ao nível de secagem da lenha e às operações de carga e descarga no momento da entrega.
Recentemente, alguns produtores têm optado por direcionar sua produção para esse mercado em detrimento do envio da madeira obtida da supressão de árvores para serrarias. Esta decisão se fundamenta no valor médio oferecido para a madeira, variando entre R$ 180,00 e R$ 250,00 por metro cúbico (m³), o que pode ser menos vantajoso financeiramente para os vendedores.
Outra alternativa que tem sido avaliada como uma opção mais rentável é a comercialização das árvores suprimidas para a construção de galpões ou estruturas rústicas. Nesse contexto, uma árvore com diâmetro à altura do peito (DAP) de 0,25 metros e ponta de 15 metros, apresentando um diâmetro médio de 0,16 metros, é negociada por cerca de R$ 150,00 por unidade.
Já na região de Passo Fundo, a implementação de novos plantios florestais é limitada. Os estoques existentes de madeira, provenientes de pequenos bosques, ainda são suficientes para atender à demanda local, especialmente em relação ao consumo energético. No entanto, existe preocupação com a possibilidade de escassez de matéria-prima para geração de energia no futuro próximo.
Fonte: Agrolink