O biólogo molecular Steven Runo, da Universidade Kenyatta em Nairóbi, lidera um projeto de edição genética focado no sorgo, com o objetivo de desenvolver uma variedade resistente à Striga hermonthica, uma planta parasita problemática. Embora outra equipe tenha vencido a corrida para plantar as primeiras sementes geneticamente editadas em solo africano, Runo vê isso como um progresso significativo.
O uso da tecnologia CRISPR permite que cientistas em países de baixa e média renda desenvolvam culturas adaptadas às necessidades locais, representando uma mudança na dependência de sementes estrangeiras. O teste de campo da nova variedade de sorgo está previsto para o final deste ano.
“A edição genética não é tão fácil como as pessoas pensam, mas é bastante acessível”, diz Kevin Pixley, diretor de pesquisa do Centro Internacional de Melhoramento do Milho e Trigo em Texcoco, México. “Runo é um exemplo perfeito disso.”
O sorgo, uma cultura essencial em África, enfrenta desafios devido à contaminação de mais de 60% das terras agrícolas com a planta parasita Striga. Essa infestação prejudica a produção agrícola, ameaçando colheitas inteiras. O biólogo molecular Steven Runo e sua equipe utilizaram a tecnologia CRISPR-Cas9 para introduzir mutações em variedades de sorgo, tornando-as resistentes à Striga.
De acordo com os regulamentos do Quênia de 2022, essas plantas geneticamente editadas são tratadas como culturas convencionais, evitando alguns testes rigorosos aplicados a culturas geneticamente modificadas com DNA estrangeiro. Outros países africanos, como Nigéria, Malawi, Etiópia e Uganda, são esperados para seguir políticas semelhantes.
Fonte: Agrolink