A AgroVen, rede de apoio à inovação no setor agropecuário, em parceria com a MIT Sloan Management Review Brasil, realizou um estudo inédito sobre o futuro da pecuária brasileira, destacando as oportunidades e desafios do setor. O levantamento envolveu pecuaristas, representantes de startups e especialistas, como Anderson Fernandes, da Fazenda União do Brasil, e Gabriel Cid, da ABCZ. O estudo analisou três frentes principais: gestão, tecnologia e sustentabilidade/ESG, com ênfase no bem-estar animal.

O estudo revelou que, embora os grandes players da pecuária estejam na vanguarda da gestão, a maioria dos pecuaristas ainda adota práticas extensivas, com pouco uso de tecnologias e uma baixa percepção dos riscos. Entre as melhorias sugeridas estão o uso de ferramentas digitais para organizar dados e melhorar a tomada de decisões, a proatividade ecossistêmica e a educação contínua. Aspectos como a responsabilidade ambiental, o manejo de dejetos e a rastreabilidade também foram destacados como partes essenciais da gestão moderna.

A rastreabilidade, um dos principais desafios do setor, é uma demanda crescente, tanto por exigência do consumidor quanto por questões de compliance. A Fazenda União do Brasil exemplifica essa tendência com o uso do sistema SafeBeef da iRancho, que integra diversas tecnologias, como chips eletrônicos nos animais e software de gerenciamento de rebanho.

Em relação à genética, o estudo destacou os avanços no desenvolvimento de animais mais resistentes e produtivos, consolidando o Brasil como líder mundial na criação de gado zebuíno. No entanto, o setor ainda enfrenta críticas por ser um grande emissor de gases de efeito estufa, especialmente devido à emissão de metano pelos animais. Algumas soluções, como aditivos alimentares para reduzir a fermentação entérica, estão sendo testadas, e há uma crescente adoção de práticas de recuperação de áreas degradadas e geração de créditos de carbono.

 

Fonte: Agrolink

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