desertificacaoNa manhã da última sexta, 17/02/17, na sede da AEASE, reuniram-se o Dr. Pierre Gervaiseau, engenheiro ambiental, de naturalidade francesa, consultor para assuntos ambientais, a engenheira ambiental Dra. Amanda Feitosa, ambos técnicos da OCIP – Fundação Araripe, e pelo estado de Sergipe, além do presidente da AEASE, engenheiro agrônomo Fernando Andrade, os engenheiros agrônomos Orlando Monteiro, Emmanuel Richard Carvalho Donald, João Ferreira Amaral, Paulo Carvalho Vina, João Holanda Neto e o biólogo Genival Nunes, ex-secretário de estado do Meio Ambiente, atual consultor da empresa GM Consultoria em Projetos e Meio Ambiente, com intuito de discutir no âmbito do Fórum Permanente de Convivência com a Seca, o tema: Desertificação e Reflorestamento da Caatinga .

A reunião foi desenvolvida em excelente nível de discussão, com o envolvimento e contribuição qualificado de todos os participantes, e deveu-se ao fato do estado de Sergipe, mais exatamente o seu território inserido no alto sertão sergipano, ter sido selecionado como Estado referência no NE para a realização de um estudo financiado com recursos Banco do Nordeste, cujo produto final será a edição de um Manual de Convivência com a Seca, tendo como pano de fundo o cenário crítico e impiedoso da seca e, sobretudo, o processo de desertificação que assola 70 % dos municípios inseridos no semiárido sergipano, devendo este estudo sinalizar com ações e estratégias para recomposição e consequente recuperação da caatinga degradada.

Nivelado inicialmente a percepção de todos sobre o tema, em sequência discutiu-se as possíveis ações de política agrícola para enfrentamento da questão. Ficando em princípio patente e consensual que o modelo agrícola, as ações de política agrícola implementadas pelos governos ao longo das décadas determinaram e conduziram a este cenário de exaustão  dos recursos naturais. É com tristeza que temos que admitir, mas, seguramente, existem muitas localidades nos municípios do Alto Sertão sergipano que o quadro é crítico e desolador a tal ponto que, muitas das vezes mostra-se de difícil reversão e até irreversível o atual cenário.

Foi consensual a necessidade de urgente adoção de uma política agressiva  de recomposição da caatinga, associada à exploração sustentável de algumas atividades, tais como a apicultura, a caprinocultura e outras, ações integradas a um trabalho de educação ambiental e definição de estratégia de convencimento e mobilização, induzindo a motivação através a remuneração, tipo bolsa ambiental, estimulando a prática da preservação e recomposição florestal da caatinga. Concluída as discussões fora pontuados tópicos que deverão ser desenvolvidos  e que comporão o Manual de Convivência com a Seca, cabendo a AEASE o desenvolvimento dos seguintes itens: 1. Sugestões para implementação dos equipamentos necessários a exploração da caatinga; 2. Adequações das explorações produtivas as condições locais e regionais.

Em sequência o biólogo Genival Nunes fez uma abordagem, dizendo-se impressionado com a seriedade, nível de intervenção e qualidade das argumentações dos representantes da AEASE, enaltecendo a criação do Fórum, enquanto espaço de discussão e abordagem da problemática ambiental e da seca em nosso Estado.

Finalizando, Fernando Andrade enfatizou que depois de toda a agressão sofrida pelo bioma caatinga pelos próprios agentes públicos, o mínimo que podemos fazer é nos integrarmos, entidades públicas e organizações não governamentais, unindo ações e esforços para a recuperação do que ainda resta deste importante bioma do Nordeste, por ser único no mundo, concluiu Fernando.

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