A assistência técnica é o processo de comunicação e de difusão de novas tecnologias geradaspela pesquisa representando um instrumento de desenvolvimento rural no seu sentido mais amplo.
Desde a extinção da Embrater e o desmonte do Sistema Brasileiro de Extensão Rural pelo presidente Collor em 1990 há uma lacuna na Extensão Rural e Assistência Técnica no Brasil. O quadro atual de desmonte de Empresas estaduais em nada ajuda a reduzir essa carência.
Essa situação pode ser constatada pelo Censo Agropecuário de 2006 realizado pelo IBGE, que apresenta o quadro de Assistência Técnica recebida pelos produtores rurais brasileiros.
Produtores que NÃO recebem Assistência Técnica (IBGE, Censo Agropecuário, 2006)
A figura acima dá um panorama da carência de Assistência Técnica aos produtores rurais de todo o Brasil.
Mas quem são os produtores rurais que (ainda) recebem Assistência Técnica no país?
Produtores que recebem Assistência Técnica (IBGE, Censo Agropecuário, 2006)
A figura acima apresenta um panorama nacional indicando que há uma concentração de Assistência Técnica no Centro-Sul-Sudeste do país.
Entretanto poderia se perguntar que qualidade de assistência técnica é prestada aos produtores em nível nacional. O Censo Agropecuário se limita a indagar ao produtor se este recebeu ou não Assistência Técnica no ano de referência da realização do Censo. Assim, caso o produtor tenha recebido orientação de RTV de insumos ou agrotóxicos, uma visita de um técnico da Emater ou participado de um dia de campo, é suficiente para atender ao quesito “Recebeu Assistência Técnica”.
Assistência é Técnica?
Uma dúvida surgida é a qualidade ou alcance da Assistência Técnica que é realizada, como mostra a figura abaixo que estrutura o serviço segundo o grau de instrução do produtor rural.
A figura acima mostra que a Assistência Técnica, provavelmente pública, concentra-se nas camadas menos instruídas dos produtores rurais. Por um lado pode-se pensar que a A.T. atua quase como uma política pública compensatória das desigualdades sociais enquanto por outro lado pode-se refletir quanto dessa tecnologia tem sido convertida em modernização da agricultura e o desenvolvimento do meio rural.
Porém mesmo como pretensa política pública compensatória, a A.T. não consegue reduzir desigualdades regionais conforme figura abaixo.
Analisando-se a A.T. pelas regiões brasileiras, nota-se que a maioria dos produtores rurais brasileiros não dispõe de orientação técnica especialmente no nordeste.
Atualmente o IBGE está concluindo o novo Censo Agropecuário do ano base 2017. Novos dados estão surgindo como o amplo acesso a referências tecnológicas pela internet e outros meios de comunicação. Por outro lado as pressões sobre o campo, a propriedade e a produção aumentam no sentido de aprofundar o processo modernização da agropecuária nacional que tem o desafio de alimentar a demanda mundial por alimentos, energia e fibras.
O que menos faz sentido nesse panorama é entender o processo de desvalorização do principal profissional de assistência técnica e extensão rural: o Engenheiro Agrônomo!
Fonte: www.agronomos.ning.com