Cientistas australianos confirmaram a aparição de um híbrido entre duas lagartas que, juntas, são responsáveis por bilionários prejuízos do mundo. Uma das pragas é a Lagarta da espiga do milho (Helicoverpa zea), que afeta centenas de cultivos no continente americano, possui grande mobilidade e desenvolveu resistência à maioria dos defensivos agrícolas disponíveis no mercado.
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O outro é a temida H. armigera, que tem causado milhões de prejuízos desde que foi detectada no Brasil. Segundo indicou um comunicado da agência de investigação científica australiana, a Organização da Comunidade de Pesquisa Científica e Industrial (CSIRO, na sigla em inglês), a combinação de ambos é um “preocupante” híbrido sem barreiras geográficas, capaz de ser altamente resistente a inseticidas e possuir uma maior gama de plantas hospedeiras.
Os pesquisadores do CSIRO lembram que o híbrido já foi detectado no Brasil, mas pode se tornar um praga global. Amostras da UFG (Universidade Federal de Goiás) contribuíram para a pesquisa.
Mestre em Entomologia e Doutora em Biotecnologia, a professora titular da Escola de Agronomia da UFG Cecília Czepak confirmou a informação com exclusividade ao Portal Agrolink. “Foi o encontro das duas: H. zea e H. armigeradepois de, provavelmente, um milhão e meio de anos aproximadamente separadas”, disse a especialista.
Os cientistas australianos constataram que, entre o grupo de lagartas estudados, cada indivíduo era distinto, o que sugere um “enxame de híbridos” no qual múltiplas versões do mesmo híbrido poderiam estar presentes na mesma população. O diretor da pesquisa, Craig Anderson, alertou sobre as consequências que essa nova praga pode ter em cultivos em todo mundo, principalmente, no continente americano.
“Estimativas recentes indicam que 65% da produção agrícola do continente americano estaria em risco se for afetada pela Lagarta da espiga do milho [H. zea]”, afirmou o pesquisador Anderson.
Fonte: https://www.agrolink.com.br