Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) indicam que até 2050 o mundo terá quase 10 bilhões de habitantes. Diante dessa realidade, a agricultura moderna se depara com o desafio de produzir alimentos em quantidade e qualidade para atender a essa demanda global. Mas como o setor se prepara para conseguir produzir mais e, ao mesmo tempo, contribuir com a sustentabilidade do planeta?
Vamos falar de fazendas inteligente, onde a tecnologia da informação e da comunicação passam a ser grandes aliadas do campo para melhorar a eficiência e ampliar a produtividade a partir do uso mais eficiente dos recursos naturais.
O futuro próximo das fazendas
Em um futuro não muito distante, as propriedades rurais estarão cada vez mais conectadas. As chamadas “fazendas inteligentes” contarão com sensores incorporados em todas as etapas do processo de cultivo e em todos os equipamentos. Os sensores instalados nos campos serão capazes de coletar dados sobre níveis de luz, condições do solo, irrigação, qualidade do ar e clima. Esses dados ficarão disponíveis para o agricultor, ou diretamente para AgBots no campo.
Equipes de robôs percorrerão a lavoura e trabalharão de forma autônoma para atender às necessidades das culturas, realizando funções de capina, rega, poda e colheita guiadas por sua própria coleção de sensores, navegação e dados de colheita.
Os drones vão observar a saúde das plantas e as condições do solo, ou gerando mapas que guiarão os robôs e ajudarão os agricultores a planejar os próximos passos da fazenda. O resultado disso se refletirá no aumento da produção e em uma maior disponibilidade e qualidade dos alimentos.
O Business Insider comprova essa tendência. As previsões indicam que os dispositivos de Internet das Coisas (IoT) instalados na agricultura aumentarão de 30 milhões em 2015 para 75 milhões até 2020. Espera-se que uma fazenda gere em média até 4,1 milhões de pontos de dados por dia em 2050.
Montanhas de dados não são informação
O grande volume de dados e outras informações geradas pela tecnologia agrícola e pela conectividade serão o alicerce das fazendas inteligentes. Os agricultores poderão ter todos os aspectos de suas operações: quais plantas são saudáveis ou precisam de atenção, onde precisa de água, o que as colheitadeiras estão fazendo e tomar decisões com base em informações precisas e em tempo real.
Mobilidade, telemetria, agricultura de precisão, agbots autônomos, drones, integração de sensores e alta disponibilidade de dados… é a Internet das Coisas (IoT) cada vez mais presente no cotidiano dos produtores. Porém, o que realmente transformará essas propriedades em “fazendas inteligentes” é a extração de conhecimento a partir desse grande volume de dados.
O que isso quer dizer na prática?
É preciso analisar e armazenar milhões de eventos capturados por segundo pelos sensores. Será necessário visualizar e investigar as observações obtidas sobre os atributos variáveis do campo. E, para a maioria desses sensores, o que une todos esses dados é a localização. Sem um entendimento de onde um sensor está localizado, a informação perde o sentido. Seu valor fica isolado em planilhas e programas.
A localização é o denominador comum de todas as informações coletadas pelos sensores e, junto com o registro da data e a hora, permitem que os agricultores saibam quando e onde algo está ou estava acontecendo. É aí que entra a tecnologia de localização com uma plataforma Geographic Information System (GIS), como ponto central para captura, visualização, análise e compartilhamento desses dados.
Essa tecnologia possibilita aos produtores otimizar diversos aspectos de sua lavoura, desde a gestão das áreas produtivas, a correção e adubação do solo, o monitoramento da safra, de pragas e doenças e, até mesmo, a melhoria dos processos e das estratégias do negócio.
Conforme as propriedades agrícolas forem evoluindo para uma grande rede de sensores conectados, seus dados passarão a ser o ativo mais valioso. Mas, mais importante do que coletar dados do campo é extrair conhecimento a partir dessa informação para otimizar as decisões do negócio.
As fazendas inteligentes seguem nessa direção. Nelas, os produtores contam uma estratégia de IoT alinhada ao poder de uma plataforma geográfica como o ArcGIS.
Essa combinação revoluciona o campo para atender as necessidades alimentares da nossa crescente população e garantir a sustentabilidade do nosso planeta.
Marlon Suenari é especialista em Agronegócio da Imagem – Distribuidor Oficial Esri Brasil e líder brasileira em Soluções de Informações Geográficas
Fonte: http://revistasafra.com.br/