No dia 7 de dezembro de 2021, a Brazil-Florida Business Council Inc., empresa sem fins lucrativos voltada para o fomento dos negócios entre Brasil e EUA, organizou o webinar intitulado “Fórum de Inovação Brasil-Flórida Painel 2: O Investimento do Brasil em Inovação Agrícola – Agricultura na Era Digital”, em parceria com a PwC e AgTechGarage, e com patrocínio da Mosaic Company.

O evento se concentrou no desenvolvimento de tecnologia e inovação no agronegócio, que é um dos mais importantes mercados no Brasil. O aumento dos investimentos em inovação e tecnologia da agricultura brasileira demonstra que a produção e a eficiência neste setor continuarão a crescer nos próximos anos.

Esse mercado bilionário tem despertado grande interesse de empresas inovadoras interessadas em criar soluções tecnológicas com grande potencial de escalabilidade e sustentabilidade.

Representantes deste setor essencial da economia brasileira destacaram as tendências e percepções de startups para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro.

Mauricio Moraes, parceiro e líder de Agribusiness na PwC, foi o moderador do evento. Para ele, o setor agropecuário brasileiro está comprometido em provar suas práticas ESG (environmental, social and corporate governance), mas é preciso ampliar esse conceito.

Entre os painelistas, a diretora de Transformação Digital da AgroGalaxy, uma das principais plataformas de varejo de insumos agrícolas e serviços voltados para o agronegócio brasileiro, Maria Pilar Varela assinalou que a implementação da plataforma de varejo envolveu a análise de dados e a integração de diferentes empresas que compõem o negócio. “Como principal experiência, criamos um BOT para atendimento via WhatsApp para automatização dos processos, com a assistente virtual Gi. Outra inovação foi a criação de um aplicativo. Atualmente, realizamos mais de 70% de nossas vendas pelo app, algo que há alguns anos nem se imaginava”, apontou Pilar.

“Hoje, o produtor brasileiro está mais propício à inovação. Ele consegue ver que por meio de um aplicativo ele obtém informações rápidas, tem tudo na palma da mão, e a percepção de aumento de produtividade por conta dessa facilidade aumenta ainda mais o engajamento”, explicou a especialista da AgroGalaxy.

Também entre os palestrantes estava José Tomé, CEO e Cofundador da Agtech Garage. A AgTech Garage é um hub de inovação do agronegócio no âmbito mundial com expertise em promover iniciativas que buscam conectar grandes empresas, startups, produtores, investidores, centros de excelência em pesquisa e todo o ecossistema de inovação e empreendedorismo no agronegócio. Para Tomé, “é importante conversar com o mercado, estudando vários modelos de aceleradoras. O mercado direciona o empreendedor. Também é fundamental disseminar as experiências de aprendizagem que um hub pode proporcionar, conectando empresas e pessoas na fronteira da inovação do agro. “Somente nos últimos anos, dobraram as startups e empresas interessadas em inovação aberta”, apontou.

Em linhas gerais, a inovação aberta é um modelo de gestão empresarial voltado para a inovação que promove a colaboração com pessoas e organizações externas à empresa.

E a boa notícia é que essas empresas que estão chegando possuem um melhor entendimento desse processo e estão levando para um nível estratégico corporativo. “Assim, conseguem fazer a inovação aberta de forma cada vez mais estruturada. Para acelerar a transformação digital, é preciso ter gestão da inovação e o Brasil, de certa forma, lidera esse movimento”, acentuou Tomé.

Mapeamento genético do solo

Outro convidado do encontro foi Leonardo Gomes, CEO e Cofundador da Biome4All Agriculture. A startup desenvolve tecnologias em bioinformática para interpretação de dados genéticos, que auxiliam profissionais do agronegócio na tomada de decisões baseadas na ciência e em favor da eficiência e sustentabilidade no agronegócio.

Gomes salientou que a Biome4All está realizando um projeto “bastante ambicioso” de mapeamento genético do solo brasileiro, que prevê a avaliação de cinco milhões de hectares no país, com investimento de R$ 29 milhões em três anos. A iniciativa conta com o apoio técnico de 110 consultorias, que vão analisar o solo de 55 culturas nos respectivos biomas e regiões. “O objetivo é evidenciar práticas baseadas na compreensão da microbiota do solo”, enfatizou. “O conjunto dessas análises vai trazer muitas informações para o setor, com comprovações científicas. A adesão do produtor vai se dar com base em estatísticas”, afirmou Gomes.

Por fim, Marcell Salgado, CEO e Sócio Fundador da E-ctare, abordou que o agronegócio precisa de recursos e grande papel das agrofintechs é dar esse suporte para aumentar as possibilidades na cadeia do agronegócio.

“Com a melhoria da economia nos últimos 15 anos, o mercado investidor consegue enxergar oportunidades de injeção de recursos no agro. Isso chamou a atenção do crédito privado. O crédito público contempla somente 25% da necessidade de financiamentos no agronegócio. Dentro deste contexto, as fintechs agilizam as negociações, com a construção de um banco de dados, análise com mais velocidade. Elas criam novos processos aliando o calendário agrícola às modalidades de crédito”, assinalou Salgado.

Fundada em 2017, a E-ctare é uma agrofintech voltada para soluções de crédito para produtores rurais e toda a cadeia do agronegócio, visando garantir aos seus clientes maior liquidez e preços justos em suas operações. Hoje, o negócio consegue juntar uma plataforma pioneira de crédito ao produtor rural, com serviços bancários e um sistema próprio de negociação de café e outros produtos do campo.

Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/

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