Para financiar a produção e venda da bioinsumos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta quinta-feira (23) duas linhas para financiamento desses insumos. O crédito poderá ser concedido pelas linhas BNDES Finem (produto voltado a operações superiores a R$ 20 milhões) e BNDES Crédito Rural Custeio (acessível a produtores de menor porte, inclusive pessoas físicas).

Em comunicado, o banco informou que o anúncio contribui para o meio ambiente ao estimular aproveitamento de resíduos na própria atividade agropecuária. Além disso, reduz a dependência externa de insumos utilizados no campo.

Com a iniciativa, o BNDES passa a oferecer crédito de maneira estável para bioinsumos, tornando permanente um incentivo que estava disponível desde julho por meio do ABC, Pronaf Custeio e Pronamp Custeio. No caso destes três programas, os financiamentos ficam limitados à execução do orçamento definido anualmente, o que não ocorre com a nova linha, de caráter permanente. Além disso, diferente dos programas citados, no BNDES Finem o apoio não estará restrito aos produtores rurais, incluindo por exemplo os segmentos de produção de insumos agropecuários e de processamento agroindustrial.

Para o diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do banco de fomento, Bruno Aranha, a novidade conjuga benefícios econômicos e ambientais para o país. “O BNDES tem como prioridade estratégica estimular a adoção de práticas cada vez mais sustentáveis no agronegócio brasileiro, o que vai contribuir para mitigar os impactos ambientais e ainda fortalecer nossa competitividade internacional. Foi por esta razão que resolvemos ampliar o escopo de instrumentos de fomento ao uso de bioinsumos agropecuários, reforçando e intensificando o apoio do BNDES ao Plano Nacional de Bioinsumos”, explica.

Além do efeito positivo para o meio ambiente, os bioinsumos podem contribuir para a diminuição da dependência do setor externo no fornecimento de fertilizantes. O Brasil é um dos maiores importadores mundiais de produtos químicos, especialmente fertilizantes e defensivos agrícolas. Em 2020, o déficit total da balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 30,4 bilhões. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o Brasil importou praticamente US$ 7,2 bilhões em intermediários para fertilizantes em 2020 e eles corresponderam a 61,7% das 51,5 milhões de toneladas de compras externas de produtos químicos. Estudo do BNDES, baseado em dados de 2015, indica que resíduos gerados no processo produtivo dos setores sucroalcooleiro, suínos e aves teriam o potencial para fornecer aproximadamente 14% da demanda nacional por fertilizantes à base de nitrogênio, fósforo e potássio.

“Além do impacto socioambiental positivo, estamos falando de um mercado potencial superior a US$ 1 bilhão por ano apenas em relação aos setores sucroalcooleiro, suínos e aves”, complementa Bruno Aranha.

Fonte: https://www.canalrural.com.br/

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